Marquês de Condorcet
Marie-Jean-Antoine-Nicolas de Caritat, pensador, matemático, professor, enciclopedista e político revolucionista francês. Típico representante dos ideais iluministas do século XVIII é considerado o fundador do sistema educacional francês. As ideias de Condorcet a favor da liberdade econômica, da tolerância religiosa, das reformas legais e educacionais e contra a escravidão fazem dele uma figura típica do Iluminismo, ainda que pertencente à nobreza.
Marie-Jean-Antoine-Nicolas de Caritat, marquês de Condorcet, nasceu em Ribemont, França, em 17 de setembro de 1743. De uma família tradicionalmente influente na cavalaria e na igreja, estudou em colégios jesuítas, em Reims e Paris e logo se destacou nas ciências exatas. No Collège Navarre ganhou reputação como matemático. Em 1769, tornou-se membro da Academia de Ciências. Condorcet participou ativamente da preparação da Encyclopédie e, em 1782, foi eleito para a Academia Francesa. Pertenceu também a outras academias europeias.
Publicou seu primeiro trabalho de repercussão: De calcul intégral (1765). Publicou Essai sur l'application de l'analyse à la probabilité des décisions rendues à la pluralité des voix (1785; Ensaio sobre a aplicação da análise à probabilidade das decisões submetidas à pluralidade de votos), memorável trabalho na área da probabilidade. Tornou-se membro e presidente da Assembleia Legislativa pós-Revolução. Como membro da Académie des Sciences participou, juntamente com Legendre, Carnot, Monge e Lagrange, do famoso Comitê de Pesos e Medidas (1790-1799). Destacou-se como pioneiro da matemática social.
A eclosão da revolução francesa, à qual Condorcet aderiu com entusiasmo, envolveu-o profundamente na atividade política. Seu projeto para uma nova constituição, representativo das posições mais moderadas dos girondinos, foi rejeitado em favor dos jacobinos, o mais radical grupo revolucionário, cuja principal figura era Robespierre. Defendia o ensino público e gratuito e campanhas de imunização em massa, como por exemplo, a vacinação contra a varíola. O triunfo das teses radicais de Robespierre obrigou-o a fugir.
Suas avançadas ideias trouxeram-lhe a perseguição dos setembristas, caindo em desgraça, obrigando-o a fugir e tendo sua prisão decretada. Enquanto vivia na clandestinidade, escreveu a obra-prima, publicada postumamente (1795), pela qual é mundialmente conhecido: Esquisse d'un tableau historique des progrès de l'esprit humain (1795); Esboços de um quadro histórico dos progressos do espírito humano). Sua ideia fundamental era a do progresso contínuo do gênero humano em direção à perfeição. Perseguido pela revolução que apoiara, Condorcet foi finalmente preso em 29 de março de 1794 na localidade de Clamart. Levado a Bourg-la-Reine, foi encontrado morto na cela da prisão no dia seguinte.