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Na aula de Matemática

Quando olhas para mim
Os números racionais ficam irracionais
Os reais, imaginários
E os complexos ficam perplexos.

Quando olhas para mim
O triângulo fica imóvel
O círculo quadrado
E o quadrado fica reverso.

Quando olhas para mim
Os conjuntos ficam sem elementos
Os subconjuntos, maiores que os conjuntos
E o vazio desaparece.

Quando olhas para mim
Os múltiplos ficam primos
Os primos irmãos
E todos os números ficam divisíveis.

Quando olhas para mim
Os deltas ficam negativos
As equações sem raízes
E as funções ficam sem domínio.

Quando olhas para mim
As derivadas ficam sem limites
Os gráficos, sem inflexão
E as tangentes nem se tocam.

Quando olhas para mim
Os poliedros ficam sem faces
O côncavo vira convexo
E o teorema de Euler fica sem nexo.

Quando olhas para mim
O sistema fica impossível
A matriz, redonda
E o determinante se anula.

Quando olhas para mim
O sinal fica sem som
A aula sem professor
E o aluno bate com o dedo no meu ombro:
- Mestre, a aula acabou.

Chico Nery

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Como referenciar: "Na aula de Matemática" em Só Matemática. Virtuous Tecnologia da Informação, 1998-2024. Consultado em 03/12/2024 às 15:05. Disponível na Internet em https://www.somatematica.com.br/poemas/p45.php

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