Christian Huygens
Christian Huygens foi um matemático, físico e astrônomo holandês, nascido em Haia, Holanda, em 14 de abril de 1629. Foi o segundo dos quatro filhos do poeta e diplomata Constantijn Huygens (1596-1687). Era um homem de ampla cultura que também se dedicou às ciências. De seu pai, Huygens recebeu suas primeiras instruções em Matemática e Mecânica aos treze anos de idade, e desde cedo despertou interesse e habilidade em ambas.
Tornou-se o cientista de maior prestígio internacional de sua época. Na infância, conheceu intelectuais ilustres, como René Descartes, e recebeu educação em Matemática e Física na Universidade de Leiden, onde estudou com Frans van Schooten, um ex-aluno de Descartes.
Aos dezesseis anos de idade, Huygens entrou na Universidade de Leyden para estudar Direito e, logo depois, foi transferido para Breda, onde seu pai dirigia a nova Universidade, formando-se dois anos depois em Direito. Em ambos lugares ele continuou seus estudos em Matemática, mas só após ter se formado, voltou sua atenção para o estudo das ciências físicas e matemáticas.
Aos dezessete anos, comunicou sua primeira descoberta matemática a Mersene que o introduz nos trabalhos de Arquimedes e, logo após, já estava em correspondências com os mais importantes cientistas da Europa. Em 1651, aos 21 anos de idade, Huygens publica seus primeiros trabalhos de matemática, sendo o de maior importância o sobre as quadraturas das secções cônicas. Em 1654, ele realizou a melhor aproximação, realizada até então na época, da área do círculo. Dois anos mais tarde ele manda para Van Schooten seu trabalho sobre o cálculo de probabilidade intitulado De ratiociniis in ludo aleae.
Huygens logo ficou famoso como matemático, sendo que suas principais contribuições foram a análise infinitesimal das cônicas (1656), o cálculo da superfície de um seguimento de um parabolóide de revolução (1657) e, a mais importante, a complementação dos estudos de Pascal e Fermat sobre a teoria das probabilidades (1657).
Usando um telescópio aperfeiçoado por ele mesmo, observou que Saturno era cercado de anéis (1659) e descobriu a nebulosa de Orion. Mais tarde interessou-se pela medição precisa do tempo, o que o levou à descoberta do pêndulo como regulador de relógios. Sobre a influência de Mersenne adquiriu grande interesse por experimentos com o vácuo.
Pesquisou sobre o comportamento dos líquidos puros, resistência do ar e o polimento e na montagem de associação de lentes. Na mecânica enunciou o princípio da força centrífuga e a notável lei do pêndulo. Atribui-se a este inventor as criações, entre outras, do relógio de pêndulo (1657) e do manômetro para medição de pressão dos gases (1661).
Em 1666 foi morar em Paris, enfraquecendo definitivamente o grupo de Leyden, que entrara em decadência desde a morte de Schooten (1660) e tornou-se membro estrangeiro da "jovem" Académie des Sciences (1666). Na pesquisa sobre o comportamento do pêndulo fez uma descoberta matemática considerada de importância capital: o teorema da involuta de uma ciclóide, publicado no seu célebre tratado Horologium oscillatorium (1673), um clássico da literatura científica sobre movimentos circulares e pendulares, conservação de energia cinética e outros estudos de mecânica.
Descobriu a polarização da luz (1678) e formulou a teoria ondulatória da propagação da luz em em Traité de la lumière (1690) elaborando o célebre princípio de Huygens, no qual expôs sua concepção da luz como onda de energia que se propaga no espaço, teoria que seria posteriormente desenvolvida por Fresnel. Esta teoria teve seus primeiros argumentos com Aristóteles e, depois com Da Vince e Galileu.
Huygens morreu em sua cidade natal (Haia), em 8 de julho de 1695.
Bibliografia: - Encyclopaedia Britannica, vol:11, p.949, 1963.; Great Books of the Western World, Encyclopaedia Britannica, Editor William Blake, Newton & Huygens, Vol.34, p. 547-548, 1952; Philip Cane, Gigantes da Ciência, Ediouro. * foto obtida do MacTutor History of Mathematics.