Matemática e Música: em busca da harmonia (parte 10)
Conclusão
Este trabalho teve como objetivo mostrar a historia das descobertas das relações e a importância da interdisciplinaridade da matemática-música.
Percebemos que foi há 2500 anos quando ocorreu a primeira manifestação de interação da música com a matemática. Posteriormente as relações entre essas áreas passam por momentos de tensão e repouso como uma ‘música’, dinamizando com o Temperamento. Assim como as gamas apresentadas não conseguem produzir os sons referidos e talvez possamos construir novas gamas capazes de realizar tal exercício, as escalas construídas mostram-se incapazes de representar sentimentos ou cenários talvez passíveis de expressão em outros sistemas.
Neste sentido, o universo musical reserva ainda muitas possibilidades em seu processo de expansão com a construção de outras escalas, bem como linguagens mais amplas, em que possivelmente distintas habilidades possam interagir com a música e a matemática vindo a contribuir não apenas com o exemplo apresentado de escalas temperadas com um número arbitrário de notas, mas através de diversos outros meios existentes ou que possam vir a existir.
O intuito desta pesquisa foi à comparação da leitura de determinados fatos a partir das concepções teóricas, permitindo desvendar naturezas e fluxos coletivos não somente sobre o assunto em questão, mas a dinâmica de desenvolvimento científico.
Uma forma de arte nunca será objetiva e precisa a ponto de ser unanimidade, mas as simetrias e belezas observadas nas leis que governam a combinação das estruturas matemáticas usadas na descrição dos sons, em geral, e que permitem analisar o espectro sonoro de cada instrumento musical guardam estreita relação com a área da Música conhecida como Harmonia. Dessa maneira, a Física e a Matemática também são capazes de mostrar e descrever, a partir de uma abordagem objetiva, as possibilidades das infinitas combinações de sons criadas por um gênio como Johann Sebastian Bach, por exemplo. A delicadeza das construções sonoras dos grandes mestres da Música pode ser vista, ao invés de ouvida, na análise dos sons de suas obras e no perfeito equilibrio entre as formas de ondas instintivamente combinadas para formá-las. Ao ouvir algumas das "obras canônicas” dos compositores famosos, podemos considerá-los privilegiados por serem capazes de expressar e/ou criar emoções e "imagens sonoras” tão belas, algumas perpetuadas através de séculos, que puderam ser transmitidas a outros através da arte da Música. Ao mesmo tempo, ao estudar a Historia da Ciência, vemos que, não menos privilegiados são alguns dos físicos e matemáticos mais importantes da Historia. A eles coube o prazer de descobrir leis e fenômenos naturais, nos deixando ferramentas poderosas para o entendimento dessa mesma Natureza. É a perfeição dessas ferramentas e leis que nos permite olhar a Música sob outra óptica, um prisma diferente, unindo os mundos maravilhosos da Arte e da Ciência.
Referências Bibliográficas
- ABDOUNUR, Oscar João. Matemática e Música: O pensamento analógico na construção de significados. São Paulo, 2002, 2ª Edição. Editora Escrituras.
- BOYER, Carl, Historia da Matemática, São Paulo, 1974, Ed. Edgard Blucher
- EVES, Howard, Introdução à historia da matemática, São Paulo, 1986, Ed. Edgard Blucher
Sites Consultados
• http://members.tripod.com/caraipora/assuntos.htm
• http://www.music-center.com.br/escalas.htm